Título

CERATITES POR CANDIDA PARAPSILOSIS APOS CIRURGIA DE FACOEMULSIFICAÇAO

Objetivo

Descrever um caso de ceratite fungica por Candida Parapsilosis após cirurgia de facoemulsificação (FACO) sem complicações no olho direito (OD)

Relato do Caso

Paciente de 70 anos, sexo feminino, natural de São Paulo, antecedente de cirurgia de facoemulsificação em olho esquerdo (OE) em junho 2013. Hipertensa e diabética controlada. Foi submetida a FACO no OD em Novembro de 2015, sem intercorrências, com implante de lente intraocular no saco capsular. Realizou o pós operatório com colírio moxifloxacino de 6/6 horas e prednisolona em regressão por 10 dias . Retorno 42 dias após cirurgia com queixa de dor e baixa acuidade visual há 48 horas. Ao exame: Acuidade visual com correção OD: Conta Dedos a 2 metros OE: 20/25 PIO : 24/18 mmHg Biomicroscopia: OD: hiperemia conjuntival 3/4+, córnea com precipitados ceráticos 1/2 inferior e edema 2/4+, reação de câmara 2/4+ leucoma estromal próxima da incisão principal (9-10), hipópio filiforme inferior , Lio centrada OE: pseudofácico, sem outras alterações Fundoscopia OD: vítreo anterior sem reação, NO corado, macula seca, retina aplicada. OE: sem alterações. Conduta: Moxifloxacino 1/1h, acetato de prednisolona 4/4h, Atropina 1% 8/8h no OD por 20 dias, Levofloxacino VO 500mg/dia por 7 dias. Apos tratamento tem leve melhora da reação da camará anterior e hipópio, porem mantem lesão intra-estromal. Aos 60 dias após cirurgia de FACO no OD e pela persistência da lesão estromal indicamos biopsia corneana. Resultado obtido foi cultura positiva para Candida Parapsilosis. Foi realizado Anfotericina intracameral a cada 15 dias por 4 aplicações associada a Fluconazol 800mg/dia por 30 dias + Anfotericina colirio 5 µg/ml por 60 dias.

Conclusão

Apresentamos o caso clinico de ceratite por candida parapsilosis apos FACO OD, com tratamento intenso de anfotericina intracameral/ colirio e fluconazol porem com resultado desfavorável. Ilustramos neste caso que a erradicação médica desta candidíase corneana é difícil, terapia intensa com voriconazol e/ou intervenção cirúrgica é eventualmente necessário.